O fim dos meus dias!

Eu estava pronta para sair, íamos na casa da vovó para uma visita. Não que eu gostasse de lá, porque não, eu não gostava. As paredes todas de um amarelo frio e sem vida, e toda a sua casa cheirava a mofo.
Entrei no carro, fechei a porta e coloquei meu fone de ouvido ligando meu mp5, seria uma viagem longa... Eu pressentia isso.
5 minutos de viagem depois e meu irmão mais novo já estava choramingando ao meu lado...
- Mããããããããããããããããe! Eu preciso fazer pipi... –choramingou.
Ele tinha apenas 4 anos, era baixinho, gordinho, buchechudo e sardento, tinha olhos cor de caramelo brilhante, um nariz pequeno e cheio, cabelos  penteado para o lado no mais perfeito penteado. Seu nome era Caio.
- Own meu filho, agente acabou de sair de casa... Não da pra aguentar mais um pouco? –respondeu minha mãe, virando-se para trás, para olhar Caio que se remechia inquieto no banco.
Ela era a mais perfeita que eu podia querer. Jovem, nos auge dos 40 anos, bonita, sem rugas, compreensiva e liberal, tudo que uma garota da minha idade queria.
Então ouve silencio.
Apesar de estar ouvindo Sum 41 no volume maximo de meu mp5 ainda conseguia ouvir os solos de guitarra do Metallica que vinha do ipod do meu irmão mais velho, Matt.
- Vem cá, você pode querer estourar até seu cérebro, sinceramente, eu não ligo! Mas me obrigar a escutar esses solos ensurdecedores de suas bandinhas irritantes não! – gritei arrancando seus fones de ouvido.
Ele apenas levantou a aba de seu boné que encobria seus olhos e me fuzilou com seus olhos pretos hipnotizantes.
Então, ao mesmo estante meu corpo começou a ter espasmos estranhos...
- Vai se ferrar garota! – disse Matt em seu tom de voz sombrio. Ao mesmo tempo me contorci com um calafrio que me atingira – Porque ao invez de me atormentar você simplesmente não se fo#@!* ?
- O que é isso Matt? EU NÃO ADMITO ISSO! ...
Então, eu não ouvia mais nada, apenas via minha mãe berrando e Matt em sua paz impenetrável, Caio recomeçara a chorar e desta vez descontroladamente, e agora meu pai também gritava enquanto dirigia.
Então era como se tudo fosse se desligando aos poucos, primeiro não ouvia nada, segundo aos poucos também não sentia mais os espasmos e muito menos meu corpo que se contorcia no banco, então finalmente não via, mergulhada em um vazio de escuridão.
Era tudo tão escuro... Silencioso e sem dor...
Então mais que de repente acordei não que eu estivesse dormindo, pois se estava eu não sabia. Estava em um lugar que me parecia a casa de minha avó, os moveis todos empoeirados, uma televisão velha e suja, com as paredes detestável mente amarelas.
Olhei a meu redor e não tinha ninguém, então andei até a cozinha, e lá estavam, meus dois irmãos, minha mãe, minha avó e meu pai.
Então percebi, ninguém olhou para mim quando eu entrei no cômodo, e minha família toda chorava, todos, menos meu irmão Matt, que continuava escutando musica em seu ipod, com seu boné que encobria completamente sua face.
Minha mãe gritava...
- Por quêêêêêêêêê?
E eu via parada suas lagrimas caírem lentamente, então me aproximei.
- Mãe, por que choras? –perguntei confusa.
Mas não ouve resposta..
-Mãe? – disse mais alto.
- MÃE? – finalmente gritei.
- MÃÃÃÃÃÃÃÃE?
Mas ela não me ouvia... Ninguém me ouvia. Só tinha alguém naquela cozinha, a pessoa que eu menos queria que me escutasse, Matt.
Ele tinha levantado o boné, então percebi que ele também chorava, seus olhos estavam vermelhos e inchados. Ele olhou em minha direção assombrado, mas ignorei.
Então coloquei a mão sobre o ombro de minha mãe, para que ela reparasse minha presença, mas nada aconteceu.
Era como se eu não estivesse lá para eles, ninguém me olhava, ninguém me ouvia, ninguém me tocava, ninguém tinha percebido que eu estava ali apesar de todo meu esforço.
Eu queria saber porque eles choravam, porque ninguém me via....
Me virei para Matt , e ele ainda me olhava, mas desta vez seu olhar era calmo, e cauteloso...
Fui me aproximando dele lentamente, sentei a seu lado no mini-banco.
- Matt, por que eles choram? Por que só você consegue me ver?
Não ouve resposta.
Eu estava sendo ignorada? Eu estava sonhando? Não, não podia estar sonhando, eu sentia... Eu... Eu... Eu estava chorando... Eu sentia as lagrimas caindo lentamente.
- Eles nunca mais vão te ver... – respondeu Matt em seu mesmo tom sombrio.
- P-po-po-por quê? – gaguejei.
- E eles também nunca vão poder te escutar, te sentir...
- POR QUÊ? –gritei.
- Quer mesmo saber?
- Sim...
- Porque você está morta! – disse ele secamente.
Então foi como se tudo tivesse acabado, e realmente tinha acabado, de repente eu sabia, eu sabia que era verdade, eu tinha mesmo morrido.
Levei minha mão levemente a boca perplexa. Então novamente os espasmos começaram e tudo era novamente escuridão...  


*por mais estranho que pareça eu sonhei com isso. E então resolvi escrever, pra... Sei lá, apenas pra ter essa recordação desse sonho tão... Estranho! Acho que a historia ficou meio chata, mas sei lá, talvez alguem tenha gostado, bjo! 

By Larieh

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